diHITT - Notícias PARAneura: setembro 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011 12 PARA comentar

PARA os últimos

 Conheci alguns bons amigos! os últimos..  e a mim também que me rendo a loucura e magia de ser assim , para nós dedico esse texto , especialmente a um último amigo: Calebe.


 Como é ser um último?
Como viver um último?
 Como é pensar num último?
Às vezes paro e vejo que só eu parei, o tempo corre rápido, cazuza dizia que ele não parava e as pessoas sabem disso, fazem as coisas conforme as convenções,estudam, namoram, casam, fazem engenharia e buscam os melhores empregos, seguem uma corrente, um elo que os faz presos, querem dinheiro, porque sem dinheiro não tem felicidade, os ricos são felizes afinal, têm dinheiro para o rivotril e o gadernal.
E assim se segue, é fácil viver então, as coisas já estão programadas; nascer, brincar de ser criança, estudar, virar homem, ter emprego, algum dinheiro para casar e ter filhos, ensina-los a sequência da vida e no final morrer, no meio disso tudo umas loucuras de adolescente, um porre de cachaça barata, uma decisão de ser serio, algumas lágrimas e sorrisos. Esta pronta à vida.
E para os últimos? Como se vive?
Aqueles que nascem no dia da ideologia, que não tem a bendita programação de viver, não querem ter dinheiro e nem aparência, gostam de chuva, gostam de mato; alternativos, frutos do sistema falido, desgraçados?  Acho que apenas os últimos.
Não querem os compromissos rotineiros, dormem tarde, tomam porres e porres e riem disso, ou não tomam porres, mas riem assim mesmo, não possuem títulos, possuem gostos, fazem de sua essência, um modo de vida.
Às vezes não casam, às vezes não tem dinheiro, às vezes não fazem engenharia, às vezes nem estudam, mas não se sentem menores, tomam o livre arbítrio para si e o usam até a última gota, experimentam quase tudo da vida, porque às vezes não acham o tudo, a vida esta nua para eles, branca e pede para ser escrita, não na ordem, mas com escritas tortas, tropeçando com as palavras da próxima pagina.Às vezes contravenções à meia noite, um céu estrelado a uma da madrugada,encontros escondidos as três, o vibrar pulsante do prazer as quatro, o profundo estado depressivo perto das cinco, o quebrar do relógio a seis, afinal porque contar o tempo.
Os últimos são assim, se procuram entre tantos que também nasceram junto com eles, mas não estão com eles. Encontram-se na boa receita do acaso e festejam isso com um doce, chocolate ou não. Os últimos não envelhecem, nem são crianças pra sempre, permeiam pelo tempo que a memoria cria, não tem sexo, são homens mulheres e às vezes os dois; não tem preconceito algum, se isso é possível, às vezes tem tanto que se perdem no exagero, alguns tem uma alma sensível, mas outros não e nem por isso são ruins.  Os últimos  não possuem o único, muito menos a dualidade, buscam a felicidade na pluralidade, não vivem com um, pois existem os vários para gostar. Às vezes choram por ver que estão em uma maré diferente, e remam em direções diferentes dos que estam próximos,  riem por isso acontecer. Às vezes se sentem melhores e consideram o resto medíocre, porem às vezes se sentem tão piores e sozinhos que acabam também no rivotril e gadernal.
Sonham com a inteligência dos grandes e não enxergam os pequenos, porque para eles todos pequenos possuem grandezas, são profundos em suas considerações, em suas ideias,não diminuem o tamanho do que pode ser imenso. Aumentam as proporções das experiências, das vivências e até do sofrimento.
Escapam às vezes com a maconha, às vezes com a dança, às vezes com musica, outras usando os livros, Até mesmo com Deus, mas escapam. Às vezes por minutos ou por horas inteiras e quando não escapam apenas dormem. E acordam cansados, pois buscaram e não acharam.
 E quem são os últimos?  É uma tribo, um grupo seleto, tem a marca ou sinal que os separem dos demais?
Pensei nisso, muitos pensam nisso escutando musica ou em um silencio só e só sei que penso que são gentes. Gentes com todas as ascensões e decadências das gentes.
Gentes que tentam viver e acabam fazendo de suas vidas uma tentativa, varias tentativas,às vezes até morrer, às vezes até depois da morte, pois para os últimos quando acaba não termina, mesmo no fim.







segunda-feira, 12 de setembro de 2011 5 PARA comentar

PARA ela ser feliz


 Ela acordou, ela não queria fama, nem precisava de dinheiro, não buscava títulos, nem prêmios que a reconhecessem. Sua felicidade não estáva ai.
Não queria ser amada por todos, nem ser miss alguma coisa, para ofuscar os holofotes. Sua felicidade não estava ai.
Não queria ter uma vida de boas aparências, nem desejava o que todos os bons desejam. Para ela ser feliz não era isso.
Não queria seguir o que os outros traçavam, nem se satisfazer com que os outros pensavam, não queria ser marionete nas mãos estranhas que a tocavam. Sua felicidade nem chegava perto daquilo que estava em sua frente.
Seria feliz com o pouco, não era franciscana e  gostava do conforto que o dinheiro trazia, mas para ser feliz o pouco daquela moça, seria bastante ao passar dos dias. Ela queria o acaso, a surpresa, vibrava com o hoje, o sorrir de agora, queria um amado pertinho na grama, talvez contando estrelas até dormir, não queria palavras, para que usá-las em tal hora.
Se fosse para usá-las jogaria todas no vento para bater no seu ouvido em uma breve brisa.
Eles diziam que ela fantasiava demais, que não vivia a realidade.
Ela respondia que preferia viver fantasiando, a não viver.
E dizia ainda, que se disserem a ela que é louca, ela iria responder: que sim, que quer ver mais que preto e branco. Quer amarelo, azul e vermelho, quer aquarela, quer colorir.
É pouco para ela a felicidade que querem empurrar.
Ela só quer o pouco que não se permite possui, então triste e desesperada, volta a dormir, vai para os sonhos onde é feliz, ela não é deste mundo, não pertence a este lugar.
sábado, 3 de setembro de 2011 4 PARA comentar

PARA quem enxerga

Ele ainda enxerga, ainda vê as cores e com elas faz aquarelas vivas

Ainda contemplas as paisagens, ainda sentes o verde , o amarelo e o negro da noite
Sei que ele ainda vê
e antes que se cegue e perca  o bonito que ainda guardas
peço que a fite, olhe para ela com olhos seus e não desvie seus olhos até que ela durma, para assim ela ter certeza que  um  instante a viu e você enfim poder descansar os olhos!
 
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